Nasceu em Jacareí no dia 07 de fevereiro de 1911, filho do maestro e compositor Juvenal Roberto de Abreu, bisneto de Antônio Francisco de Abreu, que no século XIX fundou a primeira corporação musical de Santa Branca. Sua mãe era Leopoldina de Souza Abreu, pianista, filha do negociante e vereador Benedito Antônio de Souza.
Por força de um concurso público, a família saiu de Jacareí em 1917, retornando apenas em 1933. Durante esse período, seu Juvenal de Abreu fixou residência em São Paulo e Itapetininga. Foi nesta última localidade que, em 1922, José Maria fez sua primeira composição, o “Hino do Grupo Escolar”, para o colégio “Peixoto Gomide”. Na mesma cidade, ingressou em 1927 no curso de Farmácia, onde consta que estudou apenas um semestre.
A par da sua vida escolar, desde muito cedo já trabalhava com composição e acompanhamento de inúmeras orquestras e companhias teatrais que passaram por Itapetininga. Seu caminho natural era, portanto, a capital. Primeiro, a paulista e depois a Capital Federal, o Rio de Janeiro.
Chegando ao Rio em março de 1933, logo no mês de junho participou do concurso do jornal “A noite” sobre músicas juninas, obtendo o primeiro lugar com a composição “Promessa”, melodia sua e letra de Ary Kerner. Não demorou muito para se tornar pianista da “Rádio Mayrink Veiga”, a maior emissora do país antes do advento da “Rádio Nacional”. Passou a ser também pianista e arranjador da gravadora Continental. Posteriormente, transferiu-se para a “Rádio Club do Brasil”.
No mesmo ano, ele faria a primeira incursão no Teatro de Revista, ajudando a transformar a música “Promessa” numa peça teatral. Neste nicho, em particular, José Maria teria bastante reconhecimento financeiro. No meio radiofônico e musical, ainda produziria de 05 a 10 composições nos tempos fortes do Carnaval e do meio de ano, e participaria de inúmeros concursos que o tornariam amplamente conhecido nos próximos 30 anos.
Das suas 300 composições, destacam-se: “Onde está o dinheiro?”, “Pegando fogo” (Meu coração amanheceu pegando fogo), “Boa noite, amor”, “Alguém como tu”, “Esposa-modelo”, “Maria Barafunda”, “Italiana”, “Hino ao Samba”, “Canção de aniversário”, etc. Embora tenha sido chamado de o “Rei da Valsa”, ele nunca se prendeu a um gênero.
Faleceu em seu apartamento nas Laranjeiras, em 11 de maio de 1966, vítima de AVC, em concorrência de doença renal crônica. Deixou viúva, Irene Machado, com quem se casara em 1937, e 03 filhos: Marilena, Juvenal e José Maria Júnior.
(Arquivo Público/ FCJ)